Dória..... #eletambémnão

Arte: imagem da internet

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Enquanto isso em São Paulo....

Chega a ser interessante - para usar uma palavra amena - a declaração de Márcio França de que sua votação mostra que os eleitores votaram "pela mudança". Sendo ele o governador em exercício, vindo de 4 anos como vice-governador, não deixa de soar meio estranho.

Márcio França sabe que passou ao segundo turno graças à uma onda de votos úteis do #elenão, uma reação ao fato de que Dória e Skaff se apressaram - cedo demais, para Skaff - em anunciar já no primeiro turno seu apoio ao fascista. Milhares de eleitores, apavorados com a perspectiva de um duo #elesim no segundo turno, que não daria alternativas contra o fascismo, foram correndo transformar França em uma alternativa.

Devo confessar que deu um prazer enorme ver o pato da Fiesp levando essa sova por ter grasnado muito alto que apoiaria um fascista. De certa forma, Skaff perdeu por causa de Bolsonaro. Para nosso alento, São Paulo não tinha lugar para tantos cabos eleitorais do capitão na corrida ao Governo do Estado. Um teve que ficar de fora.

Agora França não tem muita opção: terá que se aproximar do campo da esquerda e da democracia, porque afinal parte significativa do seu apoio veio das fileiras anti-bolsonarianas, o que incluiu os petistas, mas não só. Se não o fizer, seus votos arriscariam esfacelar-se......Talvez se salvasse pela antipatia aguda ao Dória, que podem fazer que se crie aqui em São Paulo um segundo #elenão. Não ao Bolso, não ao Dória.

Quem está numa sinuca é certamente o Geraldo. Pois seu partido se esfaleceu de vez. Picado pelo escorpião que ele mesmo criou e vinha alimentando desde pelo menos 2014 - a extrema-direita -, deixou que esta lhe tomasse o posto de polarizador contra o PT. E quem, no partido, acelerou esse processo foi a turma do Aécio, mas também do Dória, apadrinhado de Alckmin na política.

A vitória de Dória e França no primeiro turno, por um lado, mostra a força inegável de Alçkmin no Estado, graças a uma rede politico-administrativa construída em décadas de governo. Afinal, foram seus dois candidatos que passaram ao segundo turno. Mas, agora, Alckmin terá de escolher um lado.

E acredito que nisso ele também não tenha muita escolha: tornar-se cabo eleitoral de Dória significa virar soldado do fascista e afastar-se de vez dos tucanos históricos que ainda guardam um traço quase ínfimo de republicanismo - FHC à frente, que já anunciaram querer romper com Aécio, Anastasia, Dória e os demais fanáticos de extrema direita que o partido abrigou. Será que é o melhor politicamente para ele? Além disso, continuaria a alimentar a cobra Dória que já o traiu e não esperará muito para fazê-lo novamente.

Dória, é bom lembrar, é uma espécie de Bolsonaro perfumado. Menos tosco, esconde seus ímpetos fascistóides por trás de uma roupagem de “bom gestor” empresarial, bem educado e civilizado, que se tornou milionário fazendo lobby. Em menos de dois anos, botou a cidade abaixo, deixou as secretarias à deriva, não fez nada, absolutamente nada, exceto viajar pelo mundo, Tentou derrubar prédio com gente dentro, vestido de Capitão Nascimento, quis fazer ração humana, fez umas tantas picaretagens com empresas “amigas”, e saiu para ser governador declarando - porque mirou-se em seu novo líder - que com ele “polícia iria matar”.

Assim, temos alguma chance de ver Márcio França trilhar um caminho mais razoável, esse "da mudança" que ele já alardeou. Já disse também que terão que "segurá-lo" nos debates. Ele vem pra briga, pois ninguém mais do que ele odeia o Dória, e isso é um prazer de ver. Com isso, crescem também as esperanças de que o Prefake que ficou menos de 2 anos à frente da prefeitura querendo virar Governake, acabe virando pancake (a maquiagem, não a panqueca). O que lhe cairá muito bem.

Dória #eletambémnão